19/05/2009

Fracoi Fernandes será um dos destaques do CUCA Cariri

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Lágrimas no Papel tem emocionado o público com a interpretação comovente de Francoi Fernandes. A peça será apresentada no dia 21, às 18h30min, no Salão de Atos da URCA.

O período nefasto da ditadura militar é resgatado no monólogo “Lagrimas no Papel” de autoria e direção do dramaturgo Cacá Araújo. A peça é encenada pela atriz Françoi Fernandes e será um dos destaques das ações de lançamento do CUCA Cariri.
Inserindo-se no formato político do “teatro engajado”, o monólogo “Lágrimas no Papel”, baseado na história de Helenira Resende, comunista e líder estudantil assassinada pela repressão militar na região do Araguaia, durante a guerrilha em 1972, tem o objetivo de contribuir no debate acerca da Ditadura Militar e foi encenado na proposta de interpretação realista-naturalista.
A peça será apresentada no dia 21, às 18h30min, no Salão de Atos da URCA.
Francoi Fernandes é uma das atrizes que vem sendo reconhecida nos espaços do teatro caririense seja no palco ou nas ruas.
Com uma trajetória iniciada em 2004, atriz começou seus trabalhos teatrais nas experiências do teatro escola da EEFM Polivante em Juazeiro do Norte, tendo se inserindo depois no Núcleo de Estudos Teatrais do Sesc e participado dos grupos de Teatro Fênix e do GRUTEURCA. Atualmente Francoi cursa o terceiro semestre do Curso de Teatro da URCA.
Para a atriz interpretar a mãe da guerrilheira e líder estudantil Helenira Resende é resgatar a história do povo brasileiro que tenta ser escondida. Ela ressalta que se sente como um instrumento de resgate da luta política e da realidade. Françoi lembra que “Lágrimas no Papel” conta uma história que não deve voltar e reconhece o papel da mulher e líder política que se embrenhou nas matas do Araguaia para defender a liberdade e a justiça social. “Helenira foi uma guerreira, uma heroína que deve ser lembrada”, ressalta a atriz.
Em relação ao Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA Cariri, ela enfatiza que o CUCA é uma mais que uma oportunidade para as universidades e o Cariri e frisa que é uma necessidade. Francoi destaca que é preciso se fazer presente nas ações e na construção do CUCA.

Sinopse:
Uma senhora solitária transita pela saudade, angústia, dor, revolta, temor. Sua filha Helena, líder estudantil e guerrilheira, fora lutar nas selvas do Araguaia contra a ditadura militar que se instaurara no Brasil.
Na companhia de um álbum de fotografias, saboreia lembranças profundas e transita para a realidade que se insinua cruel. Notícias dão conta da morte da filha, mas uma doce insanidade alimenta a esperança de vê-la retornar. Fraca e doente, escreve a última carta para a filha, borrada pelas lágrimas derramadas.

Resgate Histórico
A Guerrilha do Araguaia, organizada pelo PCdoB, que durou de 1972 a 1975, é uma das mais belas e heróicas páginas da história do Brasil. Jovens ousaram se insurgir contra a ditadura militar, regime de submissão ao imperialismo norte-americano e de opressão violenta contra o povo, tolhendo-lhe a liberdade e os direitos fundamentais.
Guerrilha do Araguaia - a mais extensa e prolongada obra de resistência ao regime militar - completou 30 anos no dia 12 de abril de 2009. Uma avaliação do período é inevitavelmente rica. Em mais de três décadas, essa epopéia histórica do povo brasileiro foi indexada em milhares de páginas por inúmeras reportagens, estudos, pesquisas e, a cada ano, novas revelações incrementam a curiosidade persistente em torno do tema. É a derrota mais profunda da história oficial, que, nos 507 anos da formação do nosso povo, tratou de obscurecer incontáveis lutas, menosprezadas como episódios sem significação que firmariam a passividade como conceito diante da tirania e da desigualdade. Outras lutas memoráveis levaram muito mais tempo para que se conhecesse, ainda que parcialmente, a verdade dos fatos.
Ainda no início deste novo século, os arquivos acerca dessa guerra secreta permanecem vedados ao domínio público, mas hoje já é possível uma avaliação panorâmica dessa fase da nossa História, que se encadeia a muitas outras lutas do nosso povo, entre as quais se incluem episódios memoráveis como a Cabanagem, Guararapes, Canudos, Contestado, Revolta da Chibata, Quilombo dos Palmares, Revolução dos Alfaiates, o Levante de 1935 e, atualmente, os movimento que lutam por terra.

Ficha Técnica:
Texto e Direção: Cacá Araújo
Cenografia: Cacá Araújo e Gabriela Melo
Sonoplastia e Iluminação: Cacá Araújo
Figurino e Maquiagem: Joênio Alves
Operadora de Som: Mariana Nunes
Operadora de Luz: Andecieli Martins
Guarda-Roupa: Luciana Ferreira
Pesquisa Histórica: Viviane Maria Pereira de Carvalho, Sinara Rates, Glaíse Cristina Feijó, Socorro Amaral, Maria Willianes Vidal, Jucinéia Tavares da Silva, Amanda Séfora Sampaio, Maria Aparecida Santana.

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