20/05/2009

Diversidade e participação marcam lançamento do CUCA

A criação do Cuca é um fato histórico no Cariri. Depois de oito anos de tentativas é lançado o primeiro CUCA da UNE no Ceará, vinculada ao Instituto CUCA. A Programçao tem continuidade até sexta-feira,dia 22.

A Escola de Cultura Berimabarte de Capoeira deu uma aula de história e cultura no lançamento do CUCA Cariri, nesta ultima quarta-feira, dia 20, no Salão de Atos da URCA. Logo em seguida o resgate histórico da luta dos artistas e estudantes do Cariri, a diversidade cultural e a necessidade de parcerias marcaram os discursos da mesa de abertura, composta por Maércio Lopes, presidente da Academia dos Cordelistas do Crato; professora Maria Isa Pinheiro Cardoso Gonçalves, pró-reitora adjunto de Extensão da URCA; Jéferson Luiz, diretor nacional da Nação Hip-Hop Brasil e Secretário da Cultura de Potengi; Alexandre Lucas, representante do Coletivo Camaradas, Anastácio Braga, gerente executivo do Centro Cultural do Banco do Nordeste; Zenaide Leandro, acadêmica de Administração da UVA, Jéssica Sampaio, acadêmica do curso de Teatro da URCA; Rudiney Souza, diretor da União Nacional dos Estudantes – UNE e Jean Alex de Alencar , coordenador do CUCA Cariri.
Para o coordenador do CUCA Cariri, Jean Alex “uma das questões de grande importância é que as universidades compreendam que a cultura é um bem de todos e que a região possui uma diversidade de manifestações e deve fortalecer a pesquisa, o registro e a valorização dos mestres e artistas populares ou eruditos através de ações pontuais guiadas por compromissos éticos e sociais”.
A professora e Cordelista Salete Maria produziu um cordel para homenagear o lançamento do CUCA intitulado “Oração ao CUCA e à cultura Cariri” que pode ser lido no blog: http://www.cucacariri.blogspot.com/.
A Coordenadora dos Pontos de Cultura da Unidade Gestora do Mais Cultura/Ceará, Norma Paula enviou carta saudando o lançamento do CUCA em que afirma “Acredito que o CUCA CARIRI contribuirá através da cultura, para a construção e execução, de uma política que estimule a formação de novos talentos no campo das artes, que preserve a memória do povo caririense através da identificação, da realização de eventos e formação de grupos locais, que fomente a discussão sobre a democratização dos meios de produção”. Ela se coloca a disposição inteira disposição, juntamente com os Pontos de Cultura do Ceará, para tornar o CUCA CARIRI um grande sucesso.


De “igual para igual” foi a mesa-redonda Cultura do Povo

Esse foi o clima que marcou a mesa-redonda “Cultura do Povo – Patrimônio de uma identidade” composta pelos mestres Pekeno, da Escola de Cultura Berimbalarte de Capoeira; mestre Antonio Luiz, do Reisado de Caretas do Sassaré – Potengi, Mestre Cirilo do Maneiro Pau da Bela Vista – Crato, Anastácio Braga, Gerente Executivo do CCBNB, João do Crato, cantor e militante dos movimentos sociais e o músico e compositor Abidoral Jamacaru. Num clima descontraído o publico escutou com dedicação as palavras sábias dos mestres, dos artistas e do gestor. A intenção da mesa foi oportunizar aos mestres que tivessem a possibilidade de dialogo com o público sobre os seus fazeres e manifestações, tendo em vista, que na maioria das vezes o tema “cultura do povo” é discutido sem a presença dos mestres e em alguns casos são chamados apenas para apresentações. Para Rebecca Sedrim, integrante do CUCA Cariri, os artistas populares devem ser escutados e propiciados momentos constantes de aproximação com o público, visando aproximar o povo da arte e da suas identidades culturais.


“Quero participar ativamente do CUCA”

Essas foram às palavras da acadêmica do Curso de Teatro da URCA, Jéssica Sampaio que animou os integrantes do CUCA. Ela ressaltou a importância de criação do CUCA Cariri e frisou também que a arte é mesclada de pratica e conhecimento, referindo-se a importância do estudo acadêmico para compreensão da arte e se colocou a disposição para construir e expandir o Centro Universitário e disse que é importante o envolvimento dos universitários.


Criação participativa







Estudantes e artistas criaram um painel onde puderam expressar a sua opinião em relação ao CUCA. Uma ação simples mas capaz de motivar a interação dos participantes e tornar-los parte do processo.










19/05/2009

ORAÇÃO AO CUCA E À CULTURA CARIRI

Por Salete Maria

Minha lira nordestina
Meu Santo Jorge guerreiro
Minha nebulosa sina
Tiete de cancioneiro
Menestréis inspiradores
Trovadores, glosadores
Sirvam-me de candeeiro!

Ave Maria Bonita!
Ave Maria José!
Ave quem não acredita!
Ave quem tem muita fé!
Ave tu e ave eu!
Ave o que Deus me deu!
Ave home, ave muié!

Faço esta invocação
Nesta data especial
Suplicando inspiração
Pro meu verso marginal:
Grandes vates do além
Concedam a mim também
O talento original!

O CUCA enquanto espaço
Da ‘Cultura-Cariri’
Ensaia o primeiro passo
Nesta ‘matriz do pequi’
Que venha para ajudar
O povo compartilhar
O que se faz por aqui!

Que una as diversas artes
Saberes e produção
Das mais variadas partes
Deste bendito torrão
Que leve ‘universidade’
A toda vila e cidade
Por meio da interação!

E que resgate a memória
Da gente deste lugar
E valorize a história
Das falas ditas por cá
Em verso, prosa e canção
Repente, coro e oração
Que todos possam brilhar!

Que seja um espaço aberto
Para o mestre da cultura
Que dele fique mais perto
O Doutor em literatura
Que dança e dramaturgia
Show, teatro e romaria
Tenham presença segura!

Que o cantador de viola
Abrace o cineasta
Que o jogador de bola
Encontre com a ginasta
E que o audiovisual
Em tela fenomenal
Ensine: ninguém se basta!

Que nossa xilogravura
Seja mais valorizada
Que nas rodas de leitura
Esteja a ‘Patativada’:
Reisado, côco e lapinha
Broa, filhós e farinha
Tenham presença marcada!

Que haja muita fartura
Nas mesas de discussão
Regada a rapadura
E a muita disposição
Pra tudo ser debatido
Refletido, construído
Por várias vozes e mãos!

Que todo cabra da peste
Sendo nativo ou romeiro
Do litoral ao agreste
Camarada ou paricero
Possa vir nos visitar
Mode socializar
Um outside manêro!

E que cada lavadeira
E cada intelectual
Desmantelem as fronteiras
Que tanto nos fazem mal
Que cada doido ou minino
A cada bater do sinal
Anuncie o carnaval!

Que tudo quanto exista
Jamais seja ignorado
Que todo ponto de vista
Possa ser considerado
Que cada bode ou suíno
Sendo ou não nordestino
Seja por nós respeitado!

Que tudo que é estudante
De nível ‘superior’
Se converta em amante
Ou mesmo em pesquisador
Das coisas da Região
Onde jaz o coração
Que Violeta plantou!

Que todos possam curtir
O intercâmbio de cores
E que depois de ouvir
Os variados louvores
Uma voz se faça ouvir:
VIVA O CUCA, CARIRI
Terra de bons sonhadores!

Companhia de Dança que se apresentou na Alemanha faz apresentação na URCA

Vid`Art encerrará atividades do Lançamento do CUCA Cariri nesta sexta-feira, dia 22.
Criada em 2004, a Companhia de Dança Vid`Art desenvolve um trabalho de dança numa perspectiva de inclusão social e afirmação de identidade cultural. A Companhia que já fez espetáculo na Alemanha, em 2005, por conta do Encontro Mundial de Jovens, encerrará nesta sexta-feira, dia 22, as atividades de lançamento do primeiro Centro Universitário de Cultura e Arte do Estado do Ceará – CUCA Cariri, a partir das 19 horas, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri – URCA. Além do Vid`Art terá performance poética Vanuzia Tavares.


Atualmente a companhia é formada por 16 adolescentes entre meninos e meninas e tem a direção da coreógrafa, Edilânia Rodrigues. A qual foi responsável pelo trabalho coreográfico apresentado na Europa. Para a professora e coreógrafa, a proposta desenvolvida pelo Vid´Art é efetivada dentro de uma critica social objetivando uma conscientização e sensibilização da sociedade. Edilânia acrescenta que na URCA serão apresentados cinco quadros que retratam aspectos da nacionalidade, etnicidade africana, critica social, pluralidade cultural e meio ambiente.
A Cia de dança vid’art faz parte de um dos programas desenvolvidos pelo Projeto Nova Vida da cidade do Crato, na localidade do Gesso, antiga zona de prostituição que por muitos anos foi excluída das políticas públicas do Município.
Além do grupo de dança, o Projeto Nova Vida desenvolve atividades na área de teatro, artesanato, artes visuais, capoeira e cursos profissionalizantes.

Serviço:
Projeto Nova Vida
Coordenador do Projeto:
Hermano José de Sousa
E-mail: hermanojosedesousa@yahoo.com.br
Coreógrafa:
Edilânia Rodrigues
E-mail: edycoreografa@hotmail.com

Fracoi Fernandes será um dos destaques do CUCA Cariri

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Lágrimas no Papel tem emocionado o público com a interpretação comovente de Francoi Fernandes. A peça será apresentada no dia 21, às 18h30min, no Salão de Atos da URCA.

O período nefasto da ditadura militar é resgatado no monólogo “Lagrimas no Papel” de autoria e direção do dramaturgo Cacá Araújo. A peça é encenada pela atriz Françoi Fernandes e será um dos destaques das ações de lançamento do CUCA Cariri.
Inserindo-se no formato político do “teatro engajado”, o monólogo “Lágrimas no Papel”, baseado na história de Helenira Resende, comunista e líder estudantil assassinada pela repressão militar na região do Araguaia, durante a guerrilha em 1972, tem o objetivo de contribuir no debate acerca da Ditadura Militar e foi encenado na proposta de interpretação realista-naturalista.
A peça será apresentada no dia 21, às 18h30min, no Salão de Atos da URCA.
Francoi Fernandes é uma das atrizes que vem sendo reconhecida nos espaços do teatro caririense seja no palco ou nas ruas.
Com uma trajetória iniciada em 2004, atriz começou seus trabalhos teatrais nas experiências do teatro escola da EEFM Polivante em Juazeiro do Norte, tendo se inserindo depois no Núcleo de Estudos Teatrais do Sesc e participado dos grupos de Teatro Fênix e do GRUTEURCA. Atualmente Francoi cursa o terceiro semestre do Curso de Teatro da URCA.
Para a atriz interpretar a mãe da guerrilheira e líder estudantil Helenira Resende é resgatar a história do povo brasileiro que tenta ser escondida. Ela ressalta que se sente como um instrumento de resgate da luta política e da realidade. Françoi lembra que “Lágrimas no Papel” conta uma história que não deve voltar e reconhece o papel da mulher e líder política que se embrenhou nas matas do Araguaia para defender a liberdade e a justiça social. “Helenira foi uma guerreira, uma heroína que deve ser lembrada”, ressalta a atriz.
Em relação ao Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA Cariri, ela enfatiza que o CUCA é uma mais que uma oportunidade para as universidades e o Cariri e frisa que é uma necessidade. Francoi destaca que é preciso se fazer presente nas ações e na construção do CUCA.

Sinopse:
Uma senhora solitária transita pela saudade, angústia, dor, revolta, temor. Sua filha Helena, líder estudantil e guerrilheira, fora lutar nas selvas do Araguaia contra a ditadura militar que se instaurara no Brasil.
Na companhia de um álbum de fotografias, saboreia lembranças profundas e transita para a realidade que se insinua cruel. Notícias dão conta da morte da filha, mas uma doce insanidade alimenta a esperança de vê-la retornar. Fraca e doente, escreve a última carta para a filha, borrada pelas lágrimas derramadas.

Resgate Histórico
A Guerrilha do Araguaia, organizada pelo PCdoB, que durou de 1972 a 1975, é uma das mais belas e heróicas páginas da história do Brasil. Jovens ousaram se insurgir contra a ditadura militar, regime de submissão ao imperialismo norte-americano e de opressão violenta contra o povo, tolhendo-lhe a liberdade e os direitos fundamentais.
Guerrilha do Araguaia - a mais extensa e prolongada obra de resistência ao regime militar - completou 30 anos no dia 12 de abril de 2009. Uma avaliação do período é inevitavelmente rica. Em mais de três décadas, essa epopéia histórica do povo brasileiro foi indexada em milhares de páginas por inúmeras reportagens, estudos, pesquisas e, a cada ano, novas revelações incrementam a curiosidade persistente em torno do tema. É a derrota mais profunda da história oficial, que, nos 507 anos da formação do nosso povo, tratou de obscurecer incontáveis lutas, menosprezadas como episódios sem significação que firmariam a passividade como conceito diante da tirania e da desigualdade. Outras lutas memoráveis levaram muito mais tempo para que se conhecesse, ainda que parcialmente, a verdade dos fatos.
Ainda no início deste novo século, os arquivos acerca dessa guerra secreta permanecem vedados ao domínio público, mas hoje já é possível uma avaliação panorâmica dessa fase da nossa História, que se encadeia a muitas outras lutas do nosso povo, entre as quais se incluem episódios memoráveis como a Cabanagem, Guararapes, Canudos, Contestado, Revolta da Chibata, Quilombo dos Palmares, Revolução dos Alfaiates, o Levante de 1935 e, atualmente, os movimento que lutam por terra.

Ficha Técnica:
Texto e Direção: Cacá Araújo
Cenografia: Cacá Araújo e Gabriela Melo
Sonoplastia e Iluminação: Cacá Araújo
Figurino e Maquiagem: Joênio Alves
Operadora de Som: Mariana Nunes
Operadora de Luz: Andecieli Martins
Guarda-Roupa: Luciana Ferreira
Pesquisa Histórica: Viviane Maria Pereira de Carvalho, Sinara Rates, Glaíse Cristina Feijó, Socorro Amaral, Maria Willianes Vidal, Jucinéia Tavares da Silva, Amanda Séfora Sampaio, Maria Aparecida Santana.

Capoeira Berimbalarte abre lançamento do CUCA Cariri


Nesta quarta-feira, dia 20, às 8h00mim, o Grupo faz a abertura do lançamento do CUCA Cariri.

História, arte, etnicidade, música, cultura, resistência, dança e inclusão social são características dos grupos de capoeira. O Cariri aglutina e faz florescer diversos grupos e estilos desta junção de dança e luta, e para abrir o lançamento do primeiro Centro Universitário de Cultura e Arte do Estado do Ceará – CUCA, a Escola de Cultura Berimbalarte Capoeira se apresentará nesta quarta-feira, dia 20, a partir das 8h00min, no Pátio no Salão Terra da URCA.
Criado há cerca de oito anos na região do Cariri, o Berimbalarte atua nas cidades de Crato e Juazeiro do Norte e congrega 320 capoeiristas entre crianças e adolescentes. Além do estilo de capoeira Regional, são trabalhados outros aspectos como história e danças de matriz africana. O professor Antônio Laércio da Silva Oliveira “Mestre Pekeno” idealizador da escola ressalta que um dos diferenciais do grupo é ter uma metodologia de ensino voltada para educação e acrescenta que esse trabalho visa possibilitar o conhecimento da história tanto da capoeira como da afrodescendência. Ele ressalta que a capoeira desempenha papel importante na preparação do ser humano e no processo de inclusão e resgate social.

O Berimbalarte é desenvolvido em Juazeiro nos bairros Salesiano, Tiradentes, Novo Juazeiro, Pio XII e sítio São José, no Ginásio Poliesportivo, na RL Academia e no Crato no Projeto Nova Vida. De acordo com Mestre Pekeno a intenção do grupo é atuar também junto aos movimentos sociais e em especial ao Movimento Negro. Recentemente o grupo participou da Conferência Regional para Promoção da Igualdade Racial, realizada no Crato.


Outro Projeto interessante de Capoeira

Uma iniciativa similar é desenvolvida pelo grupo Terreiro Capoeira no Crato. O grupo já tem 30 anos que foi fundado no Brasil pelo Mestre Esquisito e tem um trabalho que visa desenvolver projetos sociais e educacionais.


Para o coordenador do Projeto Capoeira Cariri, desenvolvido pelo grupo, Osrimidio Duarte, capoeirista e acadêmico do Curso de Artes Visuais da URCA, um dos focos principais é possibilitar o dialogo com os demais capoeiristas da região, além de trabalhar nas áreas em situação de risco social e difundir a história da capoeira. Ele destaca que o Capoeira e Tradição também “joga na roda” dos grupos Arte e Tradição e Berimbalarte. As atividades do Capoeira e Tradição são desenvolvidas na Sociedade Lírica do Belmonte, na cidade do Crato.

No Brasil
Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.
Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.


13/05/2009

Arte e Cultura dentro e fora das universidades do Cariri

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Mesa redonda sobre “Cultura do povo – Patrimônio de uma Identidade” abrirá o lançamento do CUCA Cariri no dia 20 de maio. A mesa terá como debatedores os Mestres Cirilo, Antonio Luiz, Pekeno, Mestra Edite Dias, o músico e compositor Abidoral Jamacaru e o gerente executivo do Centro Cultural do Banco do Nordeste, Anastácio Braga.

O primeiro Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA do Estado do Ceará será efetivado na região do Cariri, depois de vários anos e diversas tentativas o CUCA será uma realidade para artistas e acadêmicos da Região. O Cuca Cariri fará parte de uma rede nacional ligados ao Instituto CUCA, que atualmente é um Pontão de Cultura do Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura.
Os CUCA´s tem como objetivo desenvolver atividades dentro e foras das instituições universitários possibilitando a interação e o intercâmbio entre as culturas, manifestações e produções artísticas acadêmicas e não acadêmicas. Outro fator importante dos CUCA´s é o registro da memória social através da linguagem do audiovisual, uma das ferramentas usadas pelos CUCA´s para fazer circular as produção de cada Centro. Através do blog: http://www.cucadaune.blogspot.com/ é possível assistir a TV CUCA, aonde são disponibilizados vários vídeos e documentários do Instituto.
Como ocorre nacionalmente, o CUCA Cariri será constituído por artistas e estudantes universitários de várias universidades da região e terá um caráter inclusivo e de ações colaborativas, não sendo, portanto uma entidade de representação, mas funciona como um coletivo. O Cuca Cariri realiza parceria com a Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Pró-Reitoria de Extensão que irá garantir as condições de funcionamento dentro da instituição. Entretanto, o CUCA não tem vinculação com nenhuma das universidades ou faculdades da região, tendo ligação direta com o Instituto CUCA. Podem participar do CUCA, como parceiros e integrantes, grupos de artes, coletivos de artistas, produtores culturais, pesquisadores e demais interessados.
No país, os CUCA´s estão espalhados em 15 estados e desenvolvem atividades na área de arte e cultura em parceria com movimentos sociais, grupos de artistas, ONGs e instituições públicas.
Para o integrante do CUCA Cariri, o músico Jean Alex (foto), conseguir trazer o CUCA para região é uma conquista que pode favorecer e fazer circular a produção local. Ele enfatiza que o momento é de construção e que todos podem construir ações em parceria com o CUCA, independente de serem estudantes ou não. “Precisamos conhecer e se integrar aos acontecimentos artísticos e culturais do Cariri”, conclui.
A Pró-reitora de Extensão da URCA, Arlene Pessoa ressalta que a instituição tem tudo a ver com o CUCA pela diversidade de graduações ofertadas pela instituição e frisa o caso de algumas terem ligação diretamente com as artes, como é caso dos cursos de Teatro e Artes Visuais. “Acredito que essa parceria será importante para os movimentos das artes na Região”, frisa a Pro - Reitora.
A atriz Lílian Carvalho (foto) diz que esse será um espaço para promoção da Arte e favorecimento da efervescência cultural. “Arte é antes de tudo participação e esse é o convite do CUCA”, esclarece a atriz.
Durante o Congresso da UNE que será realizado em Brasília, no mês de julho deverá ocorrer mais Seminário Nacional dos CUCAS. Os seminários são momentos ricos para intercâmbio entre os Centros. O ultimo foi realizado em Janeiro em Salvador e contou com a participação dos Integrantes do Coletivo Camaradas que fazem parte do PIA, do Instituto CUCA.


Produção Universitária no Cariri
Na região do Cariri já vem sendo desenvolvidas atividades similares, como é o caso do Núcleo de Cultura e Grupo de Teatro da Faculdade Leão Sampaio, O grupo Medicina e Arte da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte, O Grupo de Teatro dos Estudantes – Gruteurca e o Movimento Artístico Universitário – Mau, ambos da URCA ( desativados) e o grupo de Pesquisa Imago que trabalha com audiovisual. Outra experiência bem sucedida foi a circulação do “Informativo O Berro”. O Coletivo Camaradas também é um dos movimentos presentes no meio universitário caririense.
Desde que foi a realizada a primeira Bienal da UNE, 1999 os estudantes do Cariri vem participando do evento, tanto com trabalhos artísticos como acadêmicos. Na terceira Bienal da UNE, os Irmãos Aniceto se apresentaram em Olinda e na sexta edição “Abanda” grupo musical ligado a Casa Grande de Nova Olinda fizeram brilhante apresentação em Salvador. Acreditar-se que a tendência é um crescimento mais constante destas ações, tendo vista os cursos de Artes Visuais e Teatro da URCA e os possíveis cursos de graduação na área, que deverão surgir com a ampliação da Universidade Federal do Ceará - UFC, no Cariri.
Para o diretor da UNE no Ceará, Rudiney de Souza não é por acaso que o primeiro CUCA seja no Cariri e destaca a atuação do Coletivo Camaradas no Estado Ceará e a participação deste grupo no Programa de Interferência Ambiental – PIA, ligado ao Instituto CUCA, fator que contribuiu para efetivação Centro Universitário na Região.


Programação do CUCA
O lançamento do CUCA Cariri será no período de 20 a 22 de maio, na URCA e contará com oficinas, intervenção, roda da conversa, mostra de vídeo, peças teatrais, espetáculos de dança e performance poética e será em conjunto com a Semana dos Calouros da URCA promovida pelos estudantes e a Pró-Reitora de Assuntos Estudantis – PROAE.


Programação:


20/05 (QUARTA-FEIRA)
Manhã:
08h00min – Abertura
Apresentação da Escola Cultural Berimbalarte Capoeira
Local: Pátio da Pedagogia
08h30min – Composição de Mesa
Local: Salão de Atos
09h30min às 11h30min – Mesa Redonda: Cultura do Povo – Patrimônio de uma identidade
Tarde:
13h30min as 17h30m
Oficina: RPG – A socialização a partir do brincar
Ministrante: Marcos Severiano – Coletivo Camaradas
16h00min as 18h00min
Roda de Conversa: Música, filosofia e Arte
Ministrante: Rebeca Sedrim CUCA Cariri
Noite:
19h00min
Apresentação da Orquestra de Rabeca – Cego Oliveira
19h30min às 21h00min
Mesa Redonda:
Educação Popular,Cultura e Sociedade

21/05 (QUINTA-FEIRA)
Manhã:
09h00min
Mostra de Vídeo
Local: Sala de Vídeo – Campus Pimenta URCA/URCA
Tarde:
14h00min as 18h00min
Campus Pimenta
Oficina: Ator Social
Ministrante: Lílian Carvalho – Coletivo Camaradas
Oficina: Dinâmica com educadores
Ministrantes: Alunos do curso de Pedagogia
Oficina: Historia e Filosofia da Ciência na Física
Ministrantes: Ana Izabela,Elias de Sousa e André Fabio Gonçalves
Campus Crajubar
Oficina: RPG – A socialização a partir do brincar
Ministrante: Marcos Severiano – Coletivo Camaradas
17h00min Crato
Intervenção Corpo e corporeidade
Líllian Carvalho
Local: – Praça Alexandre Arraes - Crato
Noite:
18h30mim
Espetáculo Lagrimas no papel
Texto e Direção Cacá Araujo
Atriz: François Fernandes (Estudante do Curso de Teatro da URCA)
Local: Salão de Atos - URCA

22/05 (SEXTA-FEIRA)
Manhã
09h00min as 11h00min Mostra de vídeo
Sala de vídeo Urca
Tarde:
14h00min às 17h00min
Mostra de Vídeo
Sala de vídeo Urca
Noite:
19h00min
Espetáculo Vidarte – Dança
Espetáculos de dança do Projeto Nova Vida
Performance Poética Vanuzia Tavares
Local: Salão de Atos

Serviço:
CUCA Cariri
Lílian Carvalho (88) 88217970
Jean Alex (88) 96188882
Alexandre Lucas (88) 92485255
Bruna (88) 96083731

04/05/2009

Boal Vive


A União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) manifestam seu pesar e consternação pela morte de Augusto Boal, teatrólogo, professor, escritor, militante político, dramaturgo e diretor teatral, uma das personalidades mais importantes e politicamente consequentes do teatro e da cultura brasileira.


Boal nos ensinou que o teatro pode ser uma poderosa ferramenta para a transformação social e pela luta em prol dos direitos do povo, dos trabalhadores, da juventude, dos estudantes e de todos aqueles em situação de exploração e opressão. Esteve presente em momentos fundamentais da história e da vida cultural brasileira: foi diretor e coordenador do seminário de dramaturgia do Teatro de Arena, colaborou na criação do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, foi preso, torturado e exilado pela ditadura militar. De volta ao Brasil na década de 80, já consagrado internacionalmente pela criação do método de Teatro do Oprimido, participou das lutas pela redemocratização do país e em 1992 foi eleito vereador no Rio de Janeiro pelo PT. Como parlamentar, Augusto Boal criou o Teatro Legislativo, que através do seu método de teatro-fórum promovia a participação popular na elaboração de leis e na discussão dos direitos sociais. Através do Centro de Teatro do Oprimido (CTO) Boal estava formando centenas de multiplicadores das técnicas do Teatro do Oprimido em pontos de cultura de todo o país. Em diversos estados, a rede de pontos de cultura do CUCA da UNE trabalha com multiplicadores do Teatro do Oprimido.

Boal sempre atendeu ao chamado dos movimentos sociais, tendo participado de diversas atividades da UNE, e desenvolvido seu trabalho junto ao MST, sindicatos e organizações da sociedade civil no Brasil e no mundo. O Teatro do Oprimido está presente em mais de 60 países, a maior parte deles na Africa, Ásia e América Latina. Este ano, no dia 27 de março, Boal recebeu o título de embaixador mundial do teatro pela UNESCO.

A luta e o trabalho de Augusto Boal seguirão vivos e presentes na luta dos estudantes e do povo brasileiro, no caminho da libertação dos explorados e oprimidos de todo o mundo. Como ele mesmo dizia: "Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida. Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!"
Boal vive!

Lúcia Stumpf
Presidente da UNE

Alexandre Santini
Coordenador Geral do CUCA